quarta-feira, 1 de julho de 2009

Repórter do "CQC" é agredido por seguranças de Sarney


Que os parlamentares de Brasília nunca foram muito com a cara dos engravatados do "CQC" todo mundo já sabe. Mas daí partir para a violência já é demais, né?
O repórter Danilo Gentili, do programa da Band, foi derrubado pelos seguranças do presidente do Senado, José Sarney, nesta quarta-feira na capital federal.
Segundo a assessoria de imprensa da emissora, o repórter, coincidentemente, chegou ao Congresso Nacional junto com o presidente do Senado. Assim que Danilo tentou abordar Sarney, foi agredido com socos e empurrões por um dos seguranças do político.
Mesmo assim, o repórter insistiu e continuou as perguntas. Logo após Sarney se afastar, um segundo segurança agarrou o repórter por trás e o jogou no chão.
Ainda de acordo com a assessoria, tudo foi filmado e deve ir ao ar na próxima segunda-feira (6).
A Band também pretende se manifestar sobre o ocorrido no jornal da emissora.
No Twitter, Danilo confirmou a informação. "O segurança do Sarney acabou de fazer comigo o que queriam fazer com ele: me derrubou! Apanhei feio!", postou o repórter.
Recentemente José Sarney impediu que os integrantes do programa entrassem no Senado, mas teve que voltar atrás da decisão. O político está sendo acusado de favorecimento de parentes e amigos. Através de "atos secretos", Sarney teria criado cargos, aumentado salários, e nomeados funcionários sem divulgar na publicação oficial.

MSN, quarta-feira, 1 de julho de 2009 17:20:00

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Sarney e mais 3 senadores terão de devolver auxílio-moradia

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e outros três senadores terão de devolver os valores recebidos de forma irregular como auxílio-moradia. A decisão foi tomada na manhã desta quinta-feira, pela Mesa Diretora da Câmara.
Além de Sarney, João Pedro (PT-AM), Cícero Lucena (PSDB-PB) e Gilberto Gollner (DEM-MT) terão descontados, a cada mês, 10% do valor de seus salários, até que o valor da dívida seja coberto. De acordo com a assessoria do do terceiro secretário da Mesa, Mão Santa (PMDB-PI), a devolução de valores nestes moldes está prevista em lei.
Matéria publicada pelo jornal Folha de S.Paulo indicou que Sarney e outros parlamentares vinham recebendo, mensalmente, R$ 3.800 a título de auxílio-moradia, mesmo morando em apartamentos funcionais (destinados a parlamentares e pagos pelo Senado), em Brasília.

28 de maio de 2009
fonte: Terra Notícias: http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI3791711-EI7896,00-Sarney+e+mais+senadores+terao+de+devolver+auxiliomoradia.html

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Os planos de Funes para El Salvador

Em entrevista à New America Media, o novo presidente defende a recuperação do Estado e redução das desigualdades para amenizar problemas centrais como imigração e violência

El Salvador tornou-se, (...) ao eleger o jornalista salvadorenho Maurício Funes, o mais novo país latino-americano à esquerda. Seu partido, Frente Farabundo Martí Frente Nacional de Libertação (FMLN), é presente nas lutas sociais desde os anos 30, entre governos que se opõe em diferentes graus ao domínio secular das elites.
Funes, antigo correspondente da CNN, tem linha moderada. Entrou no partido em 2008. Seu vice, Salvador Sanchez, foi candidato anteriormente e é do grupo dos socialistas revolucionários, ala mais radical do partido.
A disputa foi intensa, foram 51,2% votos contra 47%. A oposição usou o “perigo vermelho” como arma de campanha. O slogan “Eu não vou entregar meu país”, de Rodrigo Ávila, do Arena, alegava riscos do “chavismo”. Não faltaram acusações, com respaldo da mídia conservadora. De acordo com o grupo de pesquisas Funde, o Arena gastou quatro vezes mais em publicidade que o FMLN.
Além disso, o Arena tentou persuadir dois outros candidados a desistir em seu favor, de acordo com a revista The Economist.
O desafio de Funes será imenso; receberá um Estado extremamente empobrecido, numa conjuntura adversa. A estreita relação econômica com os Estados Unidos torna o país ainda mais vulnerável à crise financeira global.
Nos últimos trinta anos, quase um quarto dos salvadorenhos imigraram em busca de trabalho e as remessas estrangeiras correspondem a 17% do PIB nacional. Os investimentos estrangeiros significavam 3%, em 2005.
Em entrevista concedida à New America Media, o presidente-eleito expôs seus planos para o novo governo.
Vamos mudar nossa forma de fazer política, interromper uma economia que dá privilégios aos privilegiados”. “Colocaremos o governo e a estrutura do Estado a serviço do povo salvadorenho – em sua totalidade – mas, fundamentalmente, da grande maioria oprimida e excluída do desenvolvimento social e econômico do país. Não só nos últimos vinte anos, mas há mais de 200 essas pessoas não tiveram a possibilidade de participar das políticas públicas. O governo que vou criar vai dar a eles o papel de protagonistas que nunca tiveram.”
Ao mesmo tempo, procurou acenar para os EUA e para cerca de 1.5 milhão de salvadorenhos que vivem no país, suas perspectivas:
O fato de buscarmos reconstruir as instituições democráticas – dando força à Constituição e fazendo de El Salvador um Estado democrático, que respeita o vigor da lei – é a melhor garantia para os Estados Unidos de que vamos reduzir o fluxo de imigração”.
Sobre o radicalismo de esquerda, foi claro: “A primeira mensagem que gostaria de mandar a Obama é que não buscarei alianças ou acordos com nenhum chefe de Estado da parte sul do continente que possa estragar minha relação com os Estados Unidos”.
Em 2006, El Salvador obteve o maior índice de homicídios do mundo, segundo estatísticas oficiais (ONU). A violência urbana permanece alarmante; cerca de 40% vive abaixo do nível de pobreza. Parte da esfera geopolítica norte-americana na América Central, a presença militar transformou o país em teatro da Guerra Fria. Mais tarde, o conflito culminou em uma guerra civil, que foi somente resolvida em 1992.
O primeiro grande levante das guerrilhas no país aconteceu em 32. Foi organizado por indígenas ruralistas, em cultura de café. A reação dizimou dezenas de guerrilheiros em um episódio que ficou conhecido como La Matanza

Le Monde Diplomatique Brasil, 20 de março de 2009
Blog da redação e dos colaboradores
http://diplo.wordpress.com/2009/03/20/os-planos-de-funes-para-el-salvador/

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Enquanto isso, na Sala de Justiça...

Procurador diz que provas reunidas são insuficientes para acusar ex-prefeito de Ribeirão Preto Antônio Palocci

Advogado de Palocci diz que o pedido de rejeição da denúncia é "um atestado de inocência" e que o STF deve arquivar o caso

De pelo menos uma das denúncias do qual é acusado, o deputado federal e ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci Filho (PT) pode se livrar em breve. O procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, responsável pelo recebimento das investigações da chamada "Máfia do Lixo" em Ribeirão, considerou que as provas reunidas "não são suficientes" e pediu a rejeição da denúncia.
Agora, a sugestão do procurador será entregue ao Superior Tribunal Federal, que pode aceitá-la ou não. O advogado de Palocci, José Roberto Batochio, disse acreditar que o caso será encerrado. "Se quem é o responsável por denunciar não quer denunciar, então não deve haver denúncia", disse.
As acusações sobre fraudes nos contratos de limpeza na segunda gestão de Palocci à frente da Prefeitura de Ribeirão, entre 2001 e 2002, começaram em 2006. As denúncias de que a empreiteira Leão Leão pagaria cerca de R$ 50 mil ao então prefeito em troca de vantagens em contratos públicos foram feitas por Rogério Buratti, que foi secretário de Governo de Palocci. À época, o petista foi indiciado pela Polícia Civil por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, peculato e falsidade ideológica.
Para Batochio, o pedido de rejeição da denúncia é "um atestado de inocência". "Além de não conseguir provar nada contra Palocci, foi mostrado que as irregularidades vinham da gestão anterior."
O promotor Aroldo Costa Filho, um dos responsáveis pela investigação do caso em Ribeirão, disse que recebe "com pesar" a notícia. Segundo ele, os indícios, reunidos em cerca de 80 volumes de documentos, ao longo de dois anos, eram consistentes, e poderiam embasar uma denúncia contra Palocci.
Cotado com um dos nomes mais fortes do PT para concorrer ao governo de São Paulo, Palocci ainda espera uma decisão do Supremo sobre o caso de Francenildo Costa, o caseiro que teve seu sigilo quebrado após fazer denúncias que envolviam o nome do então ministro da Fazenda.
"Estamos esperado sem aflição e sem inquietação esse julgamento", afirmou Batochio. O caso está na pauta do STF desde dezembro, mas o advogado diz que não há previsão de data para o julgamento.

JEAN DE SOUZA
colaboração para a Folha de São Paulo - Ribeirão


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No lixo
O ex-ministro Antonio Palocci colheu uma vitória substancial ontem numa das mais rumorosas denúncias a que responde: a da "máfia do lixo". O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, recomendou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que ela seja rejeitada e arquivada porque "as provas até aqui colhidas não são suficientes para firmar sua participação nos fatos delituosos narrados", acolhendo os argumentos da defesa apresentados pelos advogados José Roberto e Guilherme Batochio. A decisão final é do Supremo.

No lixo 2
Em 2006, promotores de São Paulo chegaram a pedir a prisão preventiva de Palocci por suposto envolvimento no superfaturamento de contrato de limpeza pública municipal na gestão do petista em Ribeirão Preto, durante 2001 e 2002.
06/05/2009 - 10h47

Folha de São Paulo, coluna Mônica Bergamo, abril de 2009


Em Breve...
Postaremos um resumo da entrevista do caseiro Francenildo ("tags": caixa econômica, 24.ooo,!)
para a Revista Piauí

Crise? Que Crise?(ou: Josuéé...)

Há muito tempo, muitos já desconfiavam que essa "crise mundial" não passava de cortina de fumaça para emperrar a discussão social, essa sim, de âmbito mundial, sobre questões sérias, em especial as ambientais. Deu no New York Times: por conta da crise as discussões ambientais terão de ser deixadas um pouco de lado em prol da "retomada do crescimento" de muitas indústrias. Notícias como a que segue (e tantas outras, como a "não queda" na venda de artigos de luxo em lojas como a Prada parisiense) comprovam isto. Agora diz-se que o Michael Moore fará documentário sobre o assunto. É esperar pra ver e acompanhar as notícias de um mundo em crise , mas não econômica (talvez devamos, como naquela música de Chico Science, invocar o espírito de Josué de Castro)...

Bancas veem retomada de interesse de estrangeiro por terra no Brasil

A crise começa a dar sinais de calmaria, pelo menos no que diz respeito ao interesse estrangeiro em comprar terras ou imóveis no Brasil. A constatação é da advogada Adriana Daiuto, do Demarest & Almeida, que sentiu uma retomada de trabalhos na área desde março. Antes da crise financeira, proprietários de fundos de pensão e investidores de private equity, principalmente norte-americanos, procuravam o País para aquisições de terras para empreendimentos de diversos tipo. "O interesse tomava 70% da área no escritório, o que parou quase que totalmente de dezembro de 2008 a fevereiro deste anos", explica Adriana. "Mas agora voltamos a atuar na mesma intensidade de antes (70%)", complementa. A demanda por negócios nas regiões Norte e Nordeste é por áreas para plantação de grãos. Enquanto que na Sul e Sudeste é por lugares onde se possa construir prédios ou incorporar imóveis. "O Brasil é muito procurado porque há uma variedade grande na área imobiliária", avalia a advogada.

Nem mesmo a crise financeira mundial alterou a demanda do setor no escritório Veirano Advogados. "Pelo contrário, a demanda até aumentou em quase 100%", garante a advogada Flávia Marcílio. "A procura é principalmente por áreas florestais para produção de carvão, biomassa ou soja. É um investimento que os estrangeiros esperam lucrar daqui dois a sete anos e surgiu com a crise", explica a advogada da banca.

Dificuldades

Para as especialistas, a maior dificuldade encontrada e que ocupa 100% do trabalho neste tipo de negócio é com relação a processos judiciais, ilegalidades ou até mesmo a falta de documentações do terreno a ser adquirido. "Principalmente no Norte, onde as áreas são extensas ou onde ocorreram muitas transferências de proprietários, há problemas para fechar o negócio", afirma Adriana. A advogada Flávia também comenta que a região é a que mais tem problemas com a documentação. "Por isso, sempre temos o cuidado de investigar, antes mesmo de adquirir o terreno", diz.

A advogada do Demarest & Almeida conta que recentemente, antes de concluir um negócio, que aparentemente estava em ordem, teve que ser desfeito porque quando foi ao cartório responsável pela matrícula do terreno, verificou que um documento era ilegal.

Na opinião da advogadas, os problemas com relação a documentações não limitam a intenção do investidor estrangeiro. "Eles conhecem estes problemas do País. Vai depender muito do negócio que ele queira fazer, se vale a pena", justifica Adriana. "Muitas vezes, o investidor não tem o interesse em apenas uma terra e está analisando dez outras opções para adquirir. A partir daí, é uma questão de estar tudo em ordem ou não", analisa Flávia.

Gazeta Mercantil, Fernanda Bompan, 20/mai

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Publicada em 12/05/2009 às 23h45m, O Globo

Devassa nas contas de Zoghbi, ex-diretor do Senado que usou ex-babá como laranja


BRASÍLIA - O Ministério Público Federal pediu nesta terça-feira que a Polícia Federal abra inquérito e interrogue o ex-diretor de Recursos Humanos do Senado João Carlos Zoghbi. O procurador Gustavo Veloso pediu que a Receita Federal, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e o Banco Central façam uma devassa na movimentação financeira e patrimonial do ex-diretor Zoghbi, que é acusado de cobrar propina para favorecer empresas interessadas em contratos com o Senado. O Ministério Público deverá decidir se abre investigação específica sobre o ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia.Na segunda feira a PF já havia informado que abriria inquérito contra Zoghbi . O ministéiro público federal também já estava investigando o caso. Ele é ainda alvo de outra investigação do MPF por ceder um apartamento funcional em Brasília para um filho sem vínculos com a casa
Há duas semanas, Zoghbi acusou Agaciel de ser sócio oculto e obter vantagens em contratos do Senado com empresas prestadoras de serviço. O pedido de Veloso foi enviado nesta terça à superintendência da PF. O superintendente Disney Rosseti informou, por sua assessoria, que o inquérito será aberto imediatamente. Para Veloso e para a cúpula da PF, as denúncias sobre irregularidades em contratos extrapolam a competência de apuração da Polícia do Senado.
Na semana passada, Zoghbi e sua mulher, Denise, prestaram depoimento na Polícia Legislativa.Eles negaram as acusações. A ex-babá de Zoghbi também depôs e disse que assinava documentos sem saber do que se tratava.
As primeiras notícias sobre supostos crimes surgiram mês passado, quando revelou-se que Zoghbi usou a babá como laranja para receber R$ 2,3 milhões do banco Cruzeiro do Sul pela renovação de um contrato.
Segundo a revista, o ex-diretor abriu três as empresas DMZ Consultoria Empresarial, DMZ Corretora de Seguros e Contact Assessoria de Crédit em nome da ex-babá Maria Izabel, uma mulher de 83 anos, que até hoje permanece ligada à familia Zoghbi.